Com a chegada dos festejos juninos, a alegria das celebrações tradicionais também exige atenção redobrada com a segurança. A Polícia Científica (PCi) emitiu um alerta à população sobre riscos graves que se intensificam durante esse período, como intoxicações por bebidas adulteradas, acidentes de trânsito e crimes sexuais.
De acordo com o perito criminal Ricardo Leal, do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF), casos de intoxicação por bebidas manipuladas de forma irregular já foram registrados no estado, principalmente em cidades do interior. “Já atendemos situações em que a bebida foi adulterada com veneno ou praguicida. Em alguns casos, o consumo resultou em morte”, destacou o perito.
Consumo excessivo de álcool também preocupa
O aumento no consumo de álcool durante as festas também é um fator que contribui para intoxicações graves e acidentes fatais. “Já recebemos amostras com concentrações alcoólicas acima de 40 decigramas por litro de sangue, o que pode levar a uma morte rápida. É fundamental que as pessoas tenham consciência e moderação ao consumir bebidas alcoólicas”, alertou Ricardo Leal.
A ligação entre álcool e acidentes de trânsito também foi apontada como uma preocupação. Dados do IAPF indicam que entre 55% e 60% dos acidentes registrados em Sergipe têm relação direta com o consumo de bebida alcoólica. “É muito comum, especialmente nesse período, que as vítimas de acidentes estejam sob efeito de álcool. Infelizmente, em muitos casos, o desfecho é fatal”, reforçou.
Bebidas contaminadas e crimes sexuais
Outro risco grave durante as festas juninas está relacionado à prática criminosa de adicionar medicamentos ou substâncias entorpecentes em bebidas sem o consentimento da vítima — ação que pode resultar em violência sexual. Segundo o perito, é comum o uso de ansiolíticos em gotas, por serem de fácil manipulação e difíceis de detectar a olho nu.
“Em festas, onde há aglomerações e bebidas circulando com frequência, os criminosos aproveitam o ambiente para agir. Por isso, é fundamental nunca aceitar bebida de desconhecidos e evitar deixar copos sem vigilância”, orientou Ricardo Leal.
Quando há suspeita de crime, a vítima deve ser encaminhada pela Polícia Civil ao Instituto Médico Legal (IML), onde são realizados exames toxicológicos e coletas de sangue e urina. O objetivo é identificar a presença de álcool, medicamentos ou outras substâncias. “A equipe do IAPF trabalha de forma integrada com a Polícia Civil para agilizar a emissão dos laudos, especialmente neste período, quando o volume de casos tende a crescer”, afirmou o perito.
Agilidade nos exames e importância da denúncia
Ainda conforme Ricardo Leal, o IAPF tem intensificado a atuação nas perícias relacionadas a crimes sexuais e mortes a esclarecer. Em casos menos complexos, os laudos podem ser concluídos em até uma semana. Já nas situações mais graves, como intoxicações exógenas, o processo pode demorar um pouco mais, devido à complexidade das análises laboratoriais.
A Polícia Científica reforça que a denúncia de qualquer tipo de crime ou suspeita é fundamental para garantir a responsabilização dos autores e a proteção das vítimas. Casos podem ser comunicados diretamente à Polícia Civil, pelo número 181, ou à Polícia Militar, pelo 190, em situações de emergência.
Com informações da SSP/SE